terça-feira, 5 de junho de 2012

Lomografia para o Dia dos Namorados


Dizem que não há coincidências; e eu acredito. Naquela minha andança pela WQW passo na frente de uma loja e não entendo direito o que é que se vende por ali. Paro, penso...sigo. Paro de novo, volto, espio. Chego mais perto e luzes piscando, parecendo flashes, mais um mosaico colorido, de fora a fora numa parede, aguçam minha curiosidade de gato. Vou ver o que é, claro.  

O que é isso...?

Lomography", explica o vendedor gatinho. 

"Não", penso comigo, "é a máquina do tempo".

"Lomo Lab"?! Tive que conferir o que rolava lá dentro...

Fachada da loja
O tal do mosaico que me chamou tanto a atenção...
Lembra como a gente tirava fotos e depois tinha que mandar revelar o filme de 12, 24 ou 36 poses e esperar para ficarem prontas? (Se você tem menos de 20 anos de idade, esquece, claro que não vai lembrar. Pergunta pra sua mãe que ela sabe). Pois é isso o que essa loja ampla e bacanérrima - a primeira no Canadá - vende: as coloridas e ultra criativas câmeras analógicas Lomography
 
Olhando assim, parecem brinquedo, mas não se engane: o que essas belezinhas fazem não é brincadeira, não!
Olha que presente mais show para o Dias dos Namorados...
Conta a lenda que, pelos idos dos anos 90, dois estudantes austríacos se depararam com a câmera analógica (que usa filme) russa Lomo Kompakt Automat, que tirava fotos em cores vibrantes, com efeitos e saturação que eles nunca tinham visto antes. Gostaram tanto da tal maquininha que resolveram produzir suas próprias versões dela. Nascia, assim, a Lomografia. 

E tudo começou daqui....modelo Lomo LC-A
Mas não é esse o pulo do gato, e sim o fato de que todos os modelos da marca são equipados para tirarem fotos com efeitos que só conseguimos através de manipulação das fotos digitais, no computador. Aqui não: a foto já sai com efeitos, da câmera. Tem a Fisheye (a partir de 50 dólares), que gera retratos engraçadíssimos, com dimensões arrendondadas...como um olho de peixe! A Oktomat (a partir de 35 dólares), que usa filme 35 mm e não tem só um visor, mas oito, "fatiando" a foto em oito quadrantes diferentes.

Foto com efeito "Fisheye"
Foto com efeito "Fisheye"
Case à prova d'água, adaptável a todos os modelos de câmeras da marca
Fotos tiradas com a Oktomat (divulgação)
Vários modelos possibilitam a troca de lentes, como a superstar Diana, best seller em vendas, que faz tudo o que as suas irmãs fazem, acoplando seis tipos diferentes de lentes, flashes e o que mais inventarem.  

Kit para a marca Diana, com seis tipos de lentes e mais um montão de gadget, por 250 dólares, com a câmera
Num estilo meio "Apple" de ser, virou movimento, com adeptos, comunidades e um universo todo girando em torno do conceito. Mas, diferente dos produtos do senhor Jobs, os preços são super camaradas, com máquinas custando a partir de 30 dólares. Bom incentivo para um novo hobby e presente perfeito para a criançada.
"Pop" não por acaso: a partir de 30 dólares, sai sempre bonita na foto, literalmente!
Sempre homenageando as câmeras fotográficas antigas, seus modelos são retro, com cara de vintage, mas não necessariamente discretos como seus avós: a loja é uma festa de cores, com modelos em todas as nuances do arco-íris, em dourado, prateado, cromo ou todas as opções anteriores num case só.

Além de criar fotos sensacionais, a Lomography traz à tona um ritual no ato de fotografar que, com exceção dos fotógrafos profissionais, nós mortais, já havíamos esquecido (e que a geração Y nem sabe que é): o tirar o rolinho de filme da máquina (com cuidado para não expor muito à luz!), levá-lo para revelar e ter que ESPERAR alguns dias para ver o resultado! (Para os nerd apressados, eles também fazem as fotos em versão digital...). 

Filmes para máquina fotográfica! Há quanto tempo você não via um desses?

Vale a pena dar uma fuçada no site deles, elaborado como uma comunidade, onde fãs da Lomografia expõem suas criações e dividem experiências.

Eu amei e já coloquei vários modelinhos na lista minha Wish List, viu Papai Noel?!



Toronto - 536 Queen Street West, 1 (647) 352-6702
São Paulo - Rua Augusta, 2481, 55 (11) 3062-8955

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Matéria minha sobre Vancouver na VT de junho!

Breaking News!
A revista Viagem e Turismo de junho já está nas bancas, com uma matéria minha sobre Vancouver. E teve até direito a chamada de capa, uau! Deu pra ver? Lá do lado direito inferior, logo caindo da página, mas tudo bem, ainda é capa!

Divulgação Viagem e Turismo

Vai lá, vai lá comprar, vai! Um dia eu também vou ter esse gostinho de ir numa banca do Brasil e comprar uma revista com matéria minha....por enquanto, é se contentar com a versão para iPad...!


Divulgação Viagem e Turismo

Leia e me conta o que achou, tá? Vou ficar aguardando seu feedback!

Aqui, a matéria em versão PDF.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Você é Queen Street East ou West?

Tem feito dias lindos por aqui; ontem e hoje acordamos com manhãs ensolaradas e temperatura agradável: nem frio, nem calor, muito pelo contrário, perfeito para perambular à toa pela cidade (para quem acabou de chegar - prazer! Eu sou paulista da gema mas moro em Toronto há nove anos, ok?).

Como toda boa cidade turística, T.O. (abreviação carinhosa usada pelos locais)
revela-se em mais nuances quando explorada a pé, e foi justamente o que eu fiz ontem. Achei lugares tão fantásticos que seria sacanagem tentar espremer tudo num post só. Portanto, se você pretende conhecer Toronto, esse é o seu dia de sorte!

Fui na Queen Street - uma das minhas ruas favoritas - que, ao cruzar a Yonge Street, divide-se em Queen Street East e Queen Street West. A banda oeste é mais conhecida e desenvolvida. Sua parte central cruza o centro financeiro e é bem turística, voltada para o consumo de massa, com o Shopping Eaton Centre na frente do Yonge-Dundas Square (qualquer semelhança com o Times Square de NY não é mera coincidência...!) e lojas de grifes badaladas como Guess, H&M, Nike e Zara. Uma subdivisão, por assim dizer, é sua porção além Bathurst Street (apesar de que, já dá para notar a diferença de ambiente a partir do cruzamento com a Spadina Ave (dica: pronuncia-se ESPADAINA, não Espadina, ok?), conhecida como West Queen West (WQW). Vizinha do doidão Kensington Market e da colorida Chinatown, adentra o subúrbio, com seus prédios centenários da era vitoriana.


Yonge-Dundas Square à noite




Por razões óbvias, é na parte mais central que shopaholics tiram a barriga da miséria quando bate a fome insaciável por fast fashion. Já os aficionados por tudo o que é vintage, reciclado, único e natureba deitam e rolam pros lados da WQW. São mais de 300 lojas, cafés, galerias e restaurantes onde ainda é possível ser atendido pelo dono ou ao menos saber quem ele é.

Eaton Centre - o shopping preferidos dos turistas, em Toronto
Dê uma de bipolar e curta os dois extremos. Uma forma democrática é dividir o passeio em duas etapas: um dia ou uma manhã no centro e depois, WQW. Se não tiver muito tempo, pegue uma carona no streetcar (o bonde daqui), linha 501 West, na frente do Eaton Centre (peça o transfer para o motorista assim que pagar a passagem, hoje 3 dólares canadenses) e vá até o hotel Gladstone, na rua de mesmo nome. Um dos melhores exemplos de preservação da arquitetura do século XIX, vale a pena dar uma espiada em seu interior, que também faz as vezes de galeria, num casamento perfeito entre passado e contemporâneo. Use o transfer para voltar, de graça, para o centro. Pronto, agora você já pode voltar pra casa dizendo que conhece a Queen Street de cabo a rabo!
Recepção do hotel-butique Gladstone, com seu elevador centenário...

...que ainda funciona!!!! Seu interior, acima, e a data que foi instalado, abaixo


terça-feira, 29 de maio de 2012

Mais uma ótima razão para go shopping em Yorkdale

Como eu acho que meus textos estão grandes demais, vou tentar ser mais sucinta, tá? Mas, você que sabe; se achar que estava bom e que eu não tenho que ficar mudando nada antes de te consultar, me dá um toque e eu volto a escrever textão, no problem.

Semana passada eu fui no shopping Yorkdale e, no caminho para um café no Starbucks da Indigo (adoro essa livraria!), me deparo com o que, de longe, me pareceu um mini guarda-volume, de frente  à Zara. What? Lógico que fui checar mais de perto e, para a minha surpresa e alegria, não é que era uma central de carregador de celulares, ou um "ChargeBar"!

Funciona assim: cada um dos seis compartimentos da central contem carregadores para as principais marcas de celulares. Num teclado numérico, ao lado, você registra uma senha pessoal que será a chave para abrir e fechar o compartimento escolhido para deixar seu celular carregando, tipo como fazemos com cofres em hotéis, sabe? O melhor de tudo: o serviço é gratuito, free. Aí é só deixar o bonitinho lá, carregando (desligado, faz favor), enquanto você se carrega de sacolas de compras. Só não vale esquecer o celular no shopping e depois ficar que nem doida, sem saber onde o deixou!

YORKDALE MALL
341 Dufferin Street, metrô Yorkdale, estacionamento gratuito, (416) 789.3261

terça-feira, 22 de maio de 2012

O que o príncipe Charles e o cubo de Rubik têm em comum?


Esse post enoooorme era só para ser de uma loja bacanésima no mais bacana ainda Distillery District. Mas não é que o príncipe Charles (o ex da Lady Di) e sua amante promovida a esposa, Camilla Parker Bowles, em visita ao Canadá, me resolvem ir justo onde? Pois é, lá mesmo.

Bem rapidinho, o Distrito da Destilaria é um conjunto de lojas, galerias, cafés e restaurantes,  funcionando no que sobrou da Gooderham and Worts Distillery, a mais poderosa destilaria do mundo, pelos idos de 1877 (o famoso whisky quase símbolo nacional, Canadian Club, popularmente conhecido como C.C., surgiu daí, em 1858). A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e uma breve mas devastadora Lei Seca outorgada no país no início do século 19 acabariam com o reinado da destilaria, que ainda funcionou até 1990. O maior e mais bem preservado conjunto de arquitetura industrial vitoriana da América do Norte, serviu como cenário para centenas de filmes de Hollywood como Chicago, X-Men e Cinderella Man. Restaurado em 2003, é hoje uma delícia de passeio, com suas ruazinhas de chão de pedra irregular e acesso somente para pedestre. Aproveite e fique zanzando de uma lojinha para outra!

 Distillery District enfeitada para o Natal

Falando em lojinha, voltemos ao assunto principal do post.

Então, lembra do "cubo mágico" (ou "cubo de Rubik"), aquele quebra-cabeça em forma de quadrado, onde ganha quem conseguir alinhar os miniquadrados de cores diferentes que o compõe, no menor tempo possível? Inventado em 1974 pelo húngaro Ernõ Rubik, foi uma febre nos anos 80. Eu, particularmente, não me lembro de tê-lo resolvido nenhuma vez (e não devo ter resolvido mesmo, senão me lembraria!) E você, era bom nisso?

Até hoje, o quebra-cabeça tridimensional continua sendo um dos brinquedos mais populares e intrigantes do mundo, com mais de 900 milhões de unidades vendidas. Objeto de fascinação de muito nerd, é constantemente "dissecado" a fim de se encontrar o menor número de movimentos possíveis em sua resolução, o tal do "algoritmo de Deus". Em 2010, uns matemáticos se juntaram com um engenheiro do Google mais um programador, e chegaram ao número de 20 movimentos, quebrando o recorde de 26, conseguido em 2007.

Foto: "I Have the Rubik in My Head", robertoparty, www.rubiks.com

Para quem gosta de estatísticas, o tal do cubo é um prato cheio, mas para quem gosta de arte, também. De tanto brincar com jogos antigos de videogame, o diretor criativo da Cube Works, Josh Chalom, teve a ideia de dar um inusitado twist - literalmente - no uso do cubo mágico, transformando-o em arte. Tratando-os como pixels da tela do computador, cada cubo é montado de uma maneira específica e alinhado a uma série de outros cubos, formando assim, mosaicos pop e bidimensionais, num vibrante palete de cores - lembrando que o cubo só tem seis cores: branco, laranja, vermelho, azul, verde e amarelo.


Nenhuma era, figura pública ou celebridade escapa da ousadia desse povo, que já reproduziu desde peças icônicas de Andy Warhol, como o retrato de Marilyn Monroe e a lata de sopa Campbell, a quadros de Elvis Presley, Einstein, Bob Marley e até a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, assim como a lendária encarada do finado Steve Jobs.

Foto: Cube Works

Uma das reproduções mais fantásticas foi de "A Última Ceia", também de Da Vinci, em 2009. Foram utilizados 4.504 cubos de Rubik para a confecção do mosaico, que entrou para o livro do Guinness, em 2011.

 Uploaded by News10 NBC

Nesse mesmo ano, quebraram seu próprio recorde, com a ambiciosa réplica do painel "A mão de Deus"' de Michelangelo, da capela Sistina, no Vaticano. Dessa vez, foram 19.090 cubos, resultando num painel de 8,5 x 4,5 metros.

Uploaded by Cube Works Studio

Muito legal, né? Precisa ver a loja/estúdio deles no Distillery District. Um banquete visual, com peças por todo canto, nas paredes rústicas de tijolo aparente, pendendo do teto, largadas num canto qualquer, assim como quem não quer nada, sabe? Show de bola, quer dizer, de cubo.


Josh diz que a maioria das peças são feitas por encomenda, variando entre $600 a $6.000 dólares canadenses (hoje quase o mesmo valor que o dólar americano) e demorando entre 2 a 3 semanas para ficarem prontas, dependendo do tamanho e da complexidade do projeto. Portanto, você também pode ter o seu retrato "cubilizado" para chamar de seu. Economize na passagem aérea e faça a encomenda online.

Se o budget estiver curto, por 16 doletas dá para levar um cubo mágico para casa e começar sua coleçao, slowly, but surely...!

BREAKING NEWS: o casal real perdeu a oportunidade e não visitou a loja que faz mágica com os cubos mágicos...Por sua vez, não há interesse nenhum por parte dos cubers em reproduzir o retrato de tão pitoresco casal. Então, empatou.


155 Mill Street, Toronto, 1 (416) 879.4259
 
 
 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O Brasil plástico e ultra fashion de Sobral em Paraty

Eu AMO Paraty. Amo, adoro de paixão seu jeitão bucólico de cidade que parou no tempo, aquelas ruinhas todas iguais de pedregulhos assassinos de dedos do pé (principalmente o dedão: uma topada ali é fatal!).


Estive no Brasil, agora em março, e fiz questão de passar uns dias por lá, matar saudade já que não a visitava há mais de dez anos. Por conseguinte, acabei "matando saudade" também dos suvenires das lojinhas do miolo turístico. Posso jurar que, em algumas delas, revi camisetas e um artesanato meio empoeiradinho, do tempo que a minha querida Cassia Eller ainda era viva!

Por isso, pulei de alegria, tirei um quilo de fotos e jurei contar para o mundo quando me deparei com a loja do designer carioca Carlos Sobral, lotada com suas coleções vibrantes e cheias de ginga, todas feitas em resina. De bijouterias - com coordenados de pulseiras, brincos, anéis e colares - a esculturas de todo tamanho, a abajures e banquinhos fofésimos, decorados com motivos embebidos na resina transparente ou colados num aglutinado colorido e criativo - a cara do Brasil.


Talvez você não o conheça por nome mas, com certeza, já viu algumas de suas peças. Suas coleções, de nomes originais e irreverentes como "Meio Cheio" e "A Arte do Encontro", brincam com a cultura do Brasil e do Rio de Janeiro, como as miniesculturas do Cristo Redentor e do Pão de Açúcar ou as pulseiras estampadas com os motivos do famoso calçadão de Copacabana. Até as favelas são homenageadas, decorando pulseiras num mosaico inusitado, mostrando-se apenas para olhos mais atentos.



 Consegue ver a favela Cantagalo?

Sobral vem fazendo suas bijou-jóias (posso chamá-la de bijóias? não, muito feio!) desde 1960 e vinha flertando com o mercado internacional desde a década de 80, ganhando diversos prêmios por seu design audacioso e out-of-the-box, incluindo quatro Etoile de Mode, concedido pelo show de bijoux e jóias BIJORHCA, o mais conceituado do gênero, no mundo.


Tal projeção o colocou no radar do mega designer Karl Lagerfeld, à frente da powerhouse Chanel, que encomendou de Sobral uma coleção para os desfiles da marca, em setembro de 2008, em Paris. Daí a abrir mais lojas  na Cidade Luz e se aventurar em Nova York oi um pulinho. E, olha só, quem diria, minha querida Paraty fez parte do plano de expansão (assim como Búzios e São Paulo, com uma loja de Sobral no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos).

O mais legal disso tudo é que o processo de fabricação de suas peças ainda é artesanal, feitas à mão e num ambiente do bem, eco-friendly em todas as etapas do processo, incluindo as embalagens, feitas de material 100% reciclável.

Tá aí um super suvenir!


SOBRAL PARATY
Rua do Comércio, 5, (24) 3371-9303  

Quer me dar um presente? Pudim de pão!

E lá vou eu com tópico comida de novo...I know, I know, mas eu fiquei pensando, esses dias: será que comida conta como suvenir? E cheguei à conclusão que sim. Veja só, a primeira coisa que fazemos quando vamos viajar é descobrir "aquele" lugarzinho especial para um jantar romântico, provar as iguarias da região ou mesmo por alguma particularidade do lugar, seja um dono famoso ou uma forma de fazer um prato que só eles sabem. Tudo bem, não levamos o tal do prato para casa, mas levamos a receita, a memória de tal momento, e fotos! Hoje em dia, também podemos fazer da experiência um suvenir, com restaurantes e seus chefs celebs publicando livros sobre suas carreiras e sobre seus estabelecimentos. Convenci?

Pois bem, mesmo sem viajar, viajar no sentido da palavra, tipo pegar avião, arrumar mala, tirar visto, etc, eu adoro "viajar" na cidade em que vivo. Faço isso descobrindo lojinhas novas, restôs legais, uma rua bonita, digna de ser fotografada, conhecendo pessoas novas, vindos de outros lugares (e Toronto é, definitivamente, o lugar certo para isso, com metade da população de origem estrangeira...!). Então, fiquei muito, muito feliz em jantar no House on Parliament, um pub londrino na área conhecida como Cabbagetown, próximo ao centro.
 
Contando ninguém acredita, mas tudo começou no domingo, dia das mães e em outro restaurante completamente diferente desse aqui. Levamos minha sogra para almoçar e eu vi que eles tinham pudim de pão no cardápio especial para o dia. Acabei não pedindo, mas o bendito ficou na minha cabeça a ponto de eu encher tanto o meu marido que, na volta para casa, ele disse: "Ok, se você encontrar qualquer outro lugar em Toronto que tenha pudim de pão eu te levo lá, agora" (onde fomos não era Toronto). Para quê! Saquei do meu super iPhone cheio de poderes e mandei um search "breadpudding Toronto". E o tal do pub apareceu em primeiro lugar, com ótimas referências. Acabamos não indo naquele dia, mas acho que era para ser.

Essa semana, a caminho de outro lugar que eu amo, mas que vai ficar para outro post, eu olho, distraidamente, para o lado e não é que vejo o bonitinho do pub bem na minha frente! Quase passa batido, de tão pequeno e do lado de um prédio em obras. Paramos, fomos comprar o meu pudim...e acabamos ficando para o jantar! O cheiro de comida boa nos fisgou, assim como a seleção muito bem feita de vinhos, descrita em lousinhas por todo o restaurante. Ainda bem que chegamos cedo, por volta das 7 da noite porque, quando saímos, já passado das 9, tinha fila de espera na porta, em plena terça-feira, minha gente!

 Foto: divulgação, extraída do website do restaurante

O cardápio é super enxuto, mas com boas opções de entrada, lanches e principal. Eu fui de especial Frango Supremo com mussarela defumada e linguini ao molho de tomate com manjericão; meu marido pediu o duo Steak & Frites (bife e fritas) que veio acompanhado de salada de agrião e tomatinhos. Para beber, eu pedi riesling de Niagara, que se mostrou não muito doce, perfeito para o meu prato, e ele foi de cerveja Heineken.

Excelente pedidas. O macarrão veio com tanto molho que, por um segundo, achei que fosse sopa. Não à toa os dois nacos generosos de crostini, acompanhando. Apesar de o frango ser à milanesa - crocantérrimo, com uma fatia de mussarela esturricada por cima - por dentro revelou-se molhadinho e saboroso.


Já o bifão do maridão (sorry, não resisti a rima ridícula!) veio servido com um gravy escuro, da própria carne e fritas fininhas e crocantes. Não comi o bife porque ele gosta mal passado e eu adoro a la carvão mas pela cara de contentamento dele (do marido, não do bife) a cada garfada, posso garantir que estava uma delícia. Já as fritas eu assino embaixo, com molho gravy!


No final, quase não sobrou espaço para o tal do pudim de pão...! Mas pedimos, lógico! Sinceramente, estava gostoso, com pedaços de maçã, canela e uva passa, mas acho que é exatamente esse tanto de "extras" que me desapontou um pouquinho.


Ainda acho que o simples da vó é o melhor que comi até hoje. So, vou ter que saciar minha lombriga da próxima vez que for ao Brasil....Vó, vai guardando pão véio, tá?


HOUSE ON PARLIAMENT
454 Parliament Street,  Toronto, (416) 925-4074