sexta-feira, 6 de abril de 2012

Para presente ou para a salada


Pensei muito sobre qual loja, lugar, assunto eu falaria no meu primeiro post aqui no SHOPPING CULTURA. Tanta coisa para falar desse mundão velho sem porteira, né? Então usei o quesito “sobre o que não consigo parar de pensar?” para chegar a um veredito.

Pois não conseguia parar de pensar naquela lojinha de-li-ci-o-sa, de interior aconchegante e elegante - com parede de tijolinho aparente e tudo - que eu descobri numa das minhas andanças pela eclética Queen Street West, em Toronto, onde moro. O que a loja tem de tão especial? Além do nome pomposo, The Spice Trader – The Olive Pit, ela é especializada em temperos, ervas, azeites e vinagres de várias partes do mundo. Se eu gosto de cozinhar? Nem um pouco; mas gosto de comer, aprecio e respeito a fascinante alquimia que é a culinária, e adoro tudo o que é latinha, caixinha e afins, então me achei ali.

Os kits de presentes expostos na vitrine parecem ter um imã poderosíssimo,
capaz de nos arrancar da calçada.. Quando eu vejo, já estou dentro! 


Das duas vezes que estive lá foi assim; tenho vontade virar um polvo enorme só para ter vinte braços e trezentos dedos e poder mexer em tudo de uma vez só! Não sei se começo pela seção de sais, com seus nomes exóticos, texturas e cores tão diversas (sal de carvão do Havaí? O que o sal do Peru tem tão especial? Será que posso usar o rosinha, do Himalaia, como exfoliante…?). Ou me atiro logo nas danadas das ervas (essas, inofensivas!), convenientemente organizadas em ordem alfabética e hermeticamente mantidas nas tais das latinhas verdes…ir-re-sis-tí-veis!!! Já posso vê-las na minha cozinha, todas enfileiradinhas do lado do fogão…:”A” de asafetida, da Índia (um substituto para o alho que é considerado afrodisíaco em algumas partes daquele país), “B” de basil, do Egito (o nosso manjericão), “C” de cinnamon (canela), da Indonésia, e por aí vamos desfiando o alfabeto…
 
Sal trufado, um luxo...! Assim dá até vontade de cozinhar!

Em embalagens tão gracinhas assim, até canela vira presente fino!
E não é qualquer canela, não: é do Ceilão!


A fileira de pimentas não me parece, assim, tão intimidante, e até descubro que a cor-de-rosinha vem do Brasil, olha isso. A maioria dos produtos são orgânicos, principalmente os locais, como o extrato e o pó de baunilha, este último raro de ser encontrado devido à quantidade de baunilha necessária para sua produção.
 
Limões marroquinos em conserva e com instruções de uso

Mas é no fundão que eu me concentro, me perdendo por entre os frascos de azeites e vinagres balsâmicos, todos alinhadinhos, quietinhos, um atrás do outro, feito soldadinhos…de vidro!

Azeite que se preze vem com lacre, procedência e data de validade

Uma coisa bem legal é o atendimento super cool e do staff bem informado, desde a dona, Allyson, que já está no negócio há oito anos, quanto ao restante do pessoal.  Todos vão além das explicações básicas, sugerindo modos de uso, receitas, molhos para saladas, armazenamento e até por onde começar sua coleção, para os iniciantes, como eu.

Outro diferencial – e esta é a sacada mais legal da loja – é que pode-se experimentar ali, na hora, os vários azeites e vinagres, antes de comprá-los. Como? Bebendo-os, como fazemos com vinho (e foi aí que eu entendi o porquê daquela mesa com copinhos de papel descartáveis e torradinhas no fundo da loja…).
 
Qual o melhor: o da Grécia, o da Espanha, da Itália ou da Tunísia? Prove todos! O bom é que não dá para ficar bêbado e ainda ganha-se uma aula sobre de geografia e produção de azeites e balsâmicos! 
  

Tanto os condimentos quanto os óleos e vinagres são vendidos lacrados, perfeitos para serem levados na mala. Além de um excelente (e útil) suvenir, fazem também um presente para lá de original. Dá para impressionar com meros 20 dólares, com kits feitos sob medida e ao gosto do cliente. E a sacada de mestre: no Canadá, pagamos 13% de impostos, acrescentados no preço do produto na hora do pagamento. Mas alguns ítens, como alimentos,  são isentos. Entendeu? Presente elegante, original e tax free!


THE SPICE TRADER

877 Queen Street West, Toronto, (647) 430.7085



Quando estiver por lá…

…dê um tempo nas compras e faça uma caminhada no belo Trinity Bellwoods Park , bem em frente. De longe, o parque preferido dos descolados da cidade, onde até os cachorros parecem ter uma atitude cool. E com razão: o parque tem uma área designada só para que eles possam correr livremente, sem coleira. How cool is that?

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Voltei!!!!

Olá! Como é bom estar de volta ao mundo dos blogs! Para quem não me seguia antes – prazer e seja muito bem-vindo!

A demora foi necessária para dar uma organizada nas ideias. E a recompensa não poderia ser melhor: um blog novinho em folha para chamar de meu e sobre dois assuntos que eu tenho certeza que todo mundo vai A-DO-RAR: viagens e compras  - e atire a primeira sacolinha ou guia de viagem quem disser que não!

70% de desconto em Giorgio Armani e Roberto Cavalli?! Quem resiste ao canto da sereia?
Quem estiver achando que este blog é sobre consumismo puro e barato, vá tirando a malinha da chuva. Desde sempre, e hoje, mais do que nunca, viagens e compras estão intimamente interligados, quase não existem um sem o outro.  E nunca foi tão fácil viajar. Lembra o tempo de se esperar a sacoleira chegar do Paraguai para arrematar o eletroeletrônico do momento? Ou pagar um absurdo em produtos importados vendidos no Brasil e morrer de inveja da amiga rica que podia bancar uma viagem ao exterior? Não mais. Se só a estabilização do real não fosse motivo suficiente para se aventurar além-mar, a crise econômica que pegou a Europa e os Estados Unidos de jeito fizeram a coisa ainda melhor para o turista brasileiro, ávido por umas barganhas. Quer ver o nosso poder?

Você é daqueles que viajam light e deixam para comprar tudo na viagem ou faz o tipo prevenido?
Mostre-me suas malas e eu te direi quem és...

Um estudo da NYC & Co., associação de turismo de Nova York,  publicado no jornal Wall Street em dezembro de 2011, diz que o número de turistas brasileiros na cidade mais do que dobrou no ano passado em relação a 2009, passando de 300 mil para 700 mil visitantes, deixando nos cofres (ou melhor, nos caixas das lojas!) novaiorquinos um total de US$ 1,63 bilhão, mais do que gastaram os britânicos (US$ 1,42 bi), canadenses (US$ 1,27 bi) e italianos e (US$ 1,1 bi).

 Duas coisas facílissimas de serem encontradas na meca do consumo, Times Square: os famosos táxis amarelos e brasileiros lotados de sacolinhas compras 
 
Little Brazil, a rua de comércio brasileiro para inglês ver nos arredores da Times Square

Na Flórida, já somos os queridinhos número 2 dos comerciantes, atrás somente dos canadenses. De janeiro a junho de 2011, deixamos US$ 1 bilhão por lá, 61% a mais do que em 2010 e mais do que o dobro do que desembolsaram os britânicos, até então, os vice-campeões em gastanças

Viajamos para comprar, compramos no desejo de eternizar os momentos prazeirosos da viagem. E ficamos felizes da silva quando deparamos com “aquele” achado, “aquela” loja, antiquário, adega, livraria, brechó, padaria, o que for, mas que ninguém sabia que existia até voltarmos de viagens com nossas histórias.

Um pão é só um pão, certo? Sim, se for o da padaria perto de casa, 
mas não quando consumido em qualquer outra parte do mundo. Daí passa a ser história de viagem

 
Calorias perdoadas - Quem não quer voltar para casa dizendo que comeu o melhor bagel de Toronto?

E a emoção de por os pés (ou todos os dedinhos nas prateleiras!) naquele lugar que você ouviu falar desde criança, naquela loja que sua amiga foi e amou, um plano de férias com o namorado, a lua-de-mel...o que levar de lá para eternizar o momento, a história do guia sobre o castelo lindíssimo ou aquela rua de pedra charmosa? Lembrar, já no avião ou no sofá de casa o quanto foi difícil encontrar determinado destino, museu, loja; quantas ruas percorridas, entra e sai de loja, chuva na cabeça, neve, sol, desidratação, calo no pé, só para encontrar o batom na tonalidade exata que a cunha pediu, o cachecol de cashmere da tia, licor para o sogro, o presente ideal para a mãe, tudo entre um tour e outro...

É quando um produto qualquer transforma-se, magicamente, em souvenir que, em francês, quer dizer lembrança. E não são as lembranças que fazem de cada viagem uma aventura inigualável e inesquecível?

Este blog é para isso: vamos vasculhar e descobrir o mundo juntos e encher nossas malas dos tais momentos - e de compras, é lógico!