Pensei muito sobre qual loja, lugar, assunto eu falaria no meu primeiro post aqui no SHOPPING CULTURA. Tanta coisa para falar desse mundão velho sem porteira, né? Então usei o quesito “sobre o que não consigo parar de pensar?” para chegar a um veredito.
Pois não conseguia parar de pensar naquela lojinha de-li-ci-o-sa, de interior aconchegante e elegante - com parede de tijolinho aparente e tudo - que eu descobri numa das minhas andanças pela eclética Queen Street West, em Toronto, onde moro. O que a loja tem de tão especial? Além do nome pomposo, The Spice Trader – The Olive Pit, ela é especializada em temperos, ervas, azeites e vinagres de várias partes do mundo. Se eu gosto de cozinhar? Nem um pouco; mas gosto de comer, aprecio e respeito a fascinante alquimia que é a culinária, e adoro tudo o que é latinha, caixinha e afins, então me achei ali.
Os kits de presentes expostos na vitrine parecem ter um imã poderosíssimo,
capaz de nos arrancar da calçada.. Quando eu vejo, já estou dentro!
capaz de nos arrancar da calçada.. Quando eu vejo, já estou dentro!
Das duas vezes que estive lá foi assim; tenho vontade virar um polvo enorme só para ter vinte braços e trezentos dedos e poder mexer em tudo de uma vez só! Não sei se começo pela seção de sais, com seus nomes exóticos, texturas e cores tão diversas (sal de carvão do Havaí? O que o sal do Peru tem tão especial? Será que posso usar o rosinha, do Himalaia, como exfoliante…?). Ou me atiro logo nas danadas das ervas (essas, inofensivas!), convenientemente organizadas em ordem alfabética e hermeticamente mantidas nas tais das latinhas verdes…ir-re-sis-tí-veis!!! Já posso vê-las na minha cozinha, todas enfileiradinhas do lado do fogão…:”A” de asafetida, da Índia (um substituto para o alho que é considerado afrodisíaco em algumas partes daquele país), “B” de basil, do Egito (o nosso manjericão), “C” de cinnamon (canela), da Indonésia, e por aí vamos desfiando o alfabeto…
Sal trufado, um luxo...! Assim dá até vontade de cozinhar!
Em embalagens tão gracinhas assim, até canela vira presente fino!
E não é qualquer canela, não: é do Ceilão!
Em embalagens tão gracinhas assim, até canela vira presente fino!
E não é qualquer canela, não: é do Ceilão!
A fileira de pimentas não me parece, assim, tão intimidante, e até descubro que a cor-de-rosinha vem do Brasil, olha isso. A maioria dos produtos são orgânicos, principalmente os locais, como o extrato e o pó de baunilha, este último raro de ser encontrado devido à quantidade de baunilha necessária para sua produção.
Limões marroquinos em conserva e com instruções de uso
Mas é no fundão que eu me concentro, me perdendo por entre os frascos de azeites e vinagres balsâmicos, todos alinhadinhos, quietinhos, um atrás do outro, feito soldadinhos…de vidro!
Azeite que se preze vem com lacre, procedência e data de validade
Uma coisa bem legal é o atendimento super cool e do staff bem informado, desde a dona, Allyson, que já está no negócio há oito anos, quanto ao restante do pessoal. Todos vão além das explicações básicas, sugerindo modos de uso, receitas, molhos para saladas, armazenamento e até por onde começar sua coleção, para os iniciantes, como eu.
Outro diferencial – e esta é a sacada mais legal da loja – é que pode-se experimentar ali, na hora, os vários azeites e vinagres, antes de comprá-los. Como? Bebendo-os, como fazemos com vinho (e foi aí que eu entendi o porquê daquela mesa com copinhos de papel descartáveis e torradinhas no fundo da loja…).
Outro diferencial – e esta é a sacada mais legal da loja – é que pode-se experimentar ali, na hora, os vários azeites e vinagres, antes de comprá-los. Como? Bebendo-os, como fazemos com vinho (e foi aí que eu entendi o porquê daquela mesa com copinhos de papel descartáveis e torradinhas no fundo da loja…).
Qual o melhor: o da Grécia, o da Espanha, da Itália ou da Tunísia? Prove todos! O bom é que não dá para ficar bêbado e ainda ganha-se uma aula sobre de geografia e produção de azeites e balsâmicos!
Tanto os condimentos quanto os óleos e vinagres são vendidos lacrados, perfeitos para serem levados na mala. Além de um excelente (e útil) suvenir, fazem também um presente para lá de original. Dá para impressionar com meros 20 dólares, com kits feitos sob medida e ao gosto do cliente. E a sacada de mestre: no Canadá, pagamos 13% de impostos, acrescentados no preço do produto na hora do pagamento. Mas alguns ítens, como alimentos, são isentos. Entendeu? Presente elegante, original e tax free!
THE SPICE TRADER
877 Queen Street West, Toronto, (647) 430.7085
Quando estiver por lá…
…dê um tempo nas compras e faça uma caminhada no belo Trinity Bellwoods Park , bem em frente. De longe, o parque preferido dos descolados da cidade, onde até os cachorros parecem ter uma atitude cool. E com razão: o parque tem uma área designada só para que eles possam correr livremente, sem coleira. How cool is that?